terça-feira, 28 de agosto de 2012


Que seja trôpego
Tonto, bobo, insano
Mas que todo esse valente apego
Se torne imensidão nesse mundo plano

Não espero poema, nem carta, nem tua virtude.
Não espero nada, apenas conto as horas
Digo que não vivo na espera de bravas atitudes
Mas não tenho vocação, nem sina, pra viver de agora

Quem inventou a saudade, não sabia o que era solidão
Já dizia o velho poeta sozinho.
Que sofrendo, em dor e desatino
Escreveu essa doce canção.

domingo, 1 de julho de 2012


É estranho o telefone não tocar. Não toca de manhã pra dar bom dia, nem de noite, antes de dormir. Não toca, não vibra, não dá sinal.
Toda noite, não importava a hora que fosse, minha linha tocava. Alguém do outro lado dizia "liguei só pra dar boa noite..." e algo dentro de mim dizia "ainda bem, ainda bem que não me esqueceu".
Todo dia antes de dormir, eu ouvia uma voz do outro lado do telefone dizendo que me amava, que já sentia saudades - mesmo quando não sentia -  que o fim de semana chegaria rápido.
Todo sábado de manhã meu telefone vibrava. Alguém do outro lado tinha mandado uma mensagem. "Você não vem logo? Acorda pra me ver". Agora não toca mais. Não vibra, não tem sinal.
Meu telefone não toca. A pessoa que fazia com que ele tivesse sentido está em algum lugar lá fora. Algum lugar onde o telefone não tem sinal. Não toca, não vibra. Vai demorar pra funcionar como funcionava antes, vai demorar...

Mas todo dia, eu durmo e acordo rezando pro meu celular tocar e eu ler em letras bem grandes na tela... bom dia nenem, você não vai vir me ver?

quarta-feira, 27 de junho de 2012


É incrivel como somos levados a acreditar nas convicções das pessoas que nos cercam. Se você não sente, pensa ou age como todos ao seu redor esperam, fica aquela sensação de vazio, de que algo está errado.
Sempre fui de chorar, berrar, dizer tudo o que eu queria não importa a quem doesse. Sou assim com tudo na vida, menos quando se trata do que se passa em algum lugar entre a ponta do meu fio de cabelo até a unha do pé.
Não sei pedir colo, nem ombro pra chorar. E embora passe a maior parte do tempo me sentindo perdida, sempre sorrio e digo que "tá tudo tranquilo, tô vivendo na maior paz".
Escrever é meu disturbio, minha fuga, a continuidade de todo sentimento que sinto, mas calo.
Dizem que o mesmo, quando não cabe no coração, caí em lágrimas. O meu costuma cair sobre as páginas, na forma de palavras...

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Em uma determinada época da vida deixamos de ser filhos para sermos pais. E não de nossos próprios filhos, mas sim, dos nossos próprios pais. Eles passam a nos ligar para contar como foi o dia, cada consulta médica, cada coisa engraçada que aconteceu no dia. Invariavelmente essas ligações vem atreladas a problemas que de alguma forma eles querem dividir com você. Eles querem diminuir o peso que carregam, assim como você fez a vida toda contando pro seus pais do seu primeiro namorado, da briga com a melhor amiga. Os papéis se invertem e muita gente se assusta. Eu não.
Não sei se porque fui criada desde muito pequena como "melhor amiga da mamãe", mas sempre tive completo acesso as informações do que acontecia na vida dos meus pais. Mesmo quando eles não me contavam, eu descobria. É certo que isso ficou ainda mais forte com a separação dos dois. Eu ainda era o elo permanente, passou a ser minha função cuidar de duas pessoas adultas que estavam perdidas na vida. E eu fiz tudo direitinho, acho que tenho um pouco de vocação para psicologa, vai saber.
Não me importo de ouvir os problemas dos meus pais, gosto de ajudar, gosto de me sentir um bom lugar para se segurar quando a porrada é forte demais. Claro que existem brigas, afinal eu tenho os principais defeitos dos dois dentro de mim. Sou geniosa, preguiçosa e um pouco arrogante. Nem tudo é perfeito...
Sei que todo filho deve se sentir um pouco pressionado nessa época da vida, sendo um pouco pai dos seus próprios pais, cada doença é uma vontade de dar um pedaço seu, cada problema é uma loucura para resolver o mais rápido possível. Assim como nossos pais faziam conosco quando eramos incapazes de resolver tudo. Em alguns momentos dá vontade de dar um beijinho e dizer "Tá vendo pai? Já passou" ou dizer "Não fica assim mãe, a gente arruma um novo."
Penso que o amor que eu sinto pelos meus velhinhos é diferente de todos os outros no mundo. É intenso e vital. Afinal, seria mais fácil resolver a paz no mundo do que viver sem eles.... 

sexta-feira, 30 de março de 2012

Sempre aprendi a cuidar do outro. De não maltratar ninguém, de tomar cuidado pra não ferir, não maltratar. Não sei se faço isso porque sou mulher, ou se sou mulher por ter esse cuidado.
Aprendi a vigiar, tomar conta de longe, realizar todos os anseios. Mesmo que isso me machuque, que vá contra os meus desejos, que torne minhas palavras apenas um reflexo do que o outro quer ouvir.
Não sou reprimida. Sou mulher do século XXI, topo qualquer coisa, dou a cara a tapa. Sofro todas as consequencias. Luto por ser quem eu quero, quando quero. Ainda assim, me anulo para cuidar de cada um ao meu redor.
Prefiro chorar no fim da madrugada, com o travesseiro no rosto e um fone no ouvido. Não gosto de platéia para a minha fragilidade. Porém, não hesito em colocar minha dor no bolso e sair correndo para acudir alguém. O motivo não pergunto, não me interessa. Sou mais interessada em fazer as pessoas felizes.
As vezes penso que ser mulher é sinônimo de espera. Espera vazia, chorosa, por vezes angustiante, solitária. Espera por alguém que provavelmente não volta, e se volta, logo vai embora. Espera pela necessidade de alguém que entenda minha mania de cuidar e que cuide de mim também...

quinta-feira, 22 de março de 2012

E quando você constrói um castelo e ele caí, o que você faz?
Fica olhando tudo desabar, ou saí correndo com medo de que cada fragmento da explosão te atinja?
Quando tudo no que você mais acredita desmorona, só resta respirar, chorar... e partir.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

"Se as coisas são intangíveis...ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que triste os caminhos, se não fora
A mágica presença das estrelas." M.Q.
Quem sabe lendo poesia, não viro poeta e me reinvento.
Viro pássaro, viro abelha, ou borboleta. Ou quem sabe, viro sonho de verão e me mantenho quente dentro de um inverno que tem tudo pra ser muito frio...

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

E ai, alguém me perguntou se eu não ficava triste, frustrada ou magoada com a idéia de você passar tanto tempo longe de mim. E eu, mesmo sabendo que ninguém ia entender, disse que eu amava tanto você, que se você estivesse feliz com essa situação, eu estaria também. Porque sempre que você estiver feliz, perto, longe, junto ou separado, eu vou estar também.

Ninguém entende, mas eu entendo o porque disso. Ninguém pode ver o quanto você já me fez feliz nos últimos anos, o quanto você me pegou pela mão e disse sem palavras 'ei, voce é minha' e 'ei, eu vou cuidar de você'. E você cuidou, e me fez mais sua do que eu podia imaginar.

Então, tudo bem, eu vou sofrer, vai ser díficil, mas também nunca me disseram que viver um grande amor era fácil. Eu vou chorar até dormir, e vou querer te ligar de segundo em segundo. Mas aí, de repente eu vou pegar no sono e sonhar com um sorriso seu e tudo ficará melhor.

Ninguém sem ser você, entende a minha necessidade de viver um dia de cada vez...tudo vai ficar bem!

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Sofro de enxaqueca crônica.

Destilando um pouco do meu conhecimento sobre o assunto, sei que cada pessoa possuí um ou vários motivos que desencadeiam essa reação dolorosa. No meu caso, a mesma se apoia em dois pilares específicos: queijo e antecipação.

O primeiro auto se explica por uma alergia a leite que desenvolvi ainda menina. Já o outro, pode ser analisado por vários pontos de observação.

Tenho mania de antecipação. O que eu vou fazer no fim de semana? Preciso resolver na quarta-feira. O que eu vou almoçar amanhã? Eu, invariavelmente, já sei na noite anterior. Tenho uma loucura comedida que me leva a acreditar que se me livro das surpresas, também me livrarei do sofrimento.

Eu sei, é utópico. As surpresas acontecem a todo o tempo na nossa vida. Afinal, você não pode prever um telefonema ou um pensamento alheio. Mas ainda assim tento acreditar no controle dos meus passos.

E é exatamente no momento em que eu convenço disso tudo que aquela pontadinha em cima da minha sombrancelha esquerda me faz lembrar que o destino é mesmo uma força, um trem descontrolado.

Sentir saudade por antecipação, não me faz me sentir melhor na hora da separação. Preparar um trabalho com três meses de antecedência, não me faz não ter erros pra corrgir na hora da entrega. Nada do que eu faça, pode me preparar para o que virá amanhã, depois de amanhã e assim por diante.

Eu sei de tudo isso, mas ainda assim, controlo cada um dos meus passos. Quem sabe assim, eu acerto com mais facilidade?

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Penso sobre o amor e como as pessoas sentem ou sonham com esse sentimento. Ele é bonito, cálido e sincero, mas não é tudo.
O amor não pode suportar sozinho todo os pesares de um relacionamento. Ele tem que vir acompanhado de amor, sossego, carinho, confiança e mérito. Amor por amor, ainda que seja lindo, é pouco.