Sofro de enxaqueca crônica.
Destilando um pouco do meu conhecimento sobre o assunto, sei que cada pessoa possuí um ou vários motivos que desencadeiam essa reação dolorosa. No meu caso, a mesma se apoia em dois pilares específicos: queijo e antecipação.
O primeiro auto se explica por uma alergia a leite que desenvolvi ainda menina. Já o outro, pode ser analisado por vários pontos de observação.
Tenho mania de antecipação. O que eu vou fazer no fim de semana? Preciso resolver na quarta-feira. O que eu vou almoçar amanhã? Eu, invariavelmente, já sei na noite anterior. Tenho uma loucura comedida que me leva a acreditar que se me livro das surpresas, também me livrarei do sofrimento.
Eu sei, é utópico. As surpresas acontecem a todo o tempo na nossa vida. Afinal, você não pode prever um telefonema ou um pensamento alheio. Mas ainda assim tento acreditar no controle dos meus passos.
E é exatamente no momento em que eu convenço disso tudo que aquela pontadinha em cima da minha sombrancelha esquerda me faz lembrar que o destino é mesmo uma força, um trem descontrolado.
Sentir saudade por antecipação, não me faz me sentir melhor na hora da separação. Preparar um trabalho com três meses de antecedência, não me faz não ter erros pra corrgir na hora da entrega. Nada do que eu faça, pode me preparar para o que virá amanhã, depois de amanhã e assim por diante.
Eu sei de tudo isso, mas ainda assim, controlo cada um dos meus passos. Quem sabe assim, eu acerto com mais facilidade?